terça-feira, 29 de setembro de 2009


A Borboleta Azul

Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.
As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder,outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina.
O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.
- Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:

- Depende de você... ela está em suas mãos.
... Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro.
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado. Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos). Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul... Cabe a nós escolher o que fazer com ela.
O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
"Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
A FÁBULA DA ÁGUIA E DA GALINHA

Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.

"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.
Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e
dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou. E nunca mais retornou."

Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos
que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”

Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Conto de um " Desmaiado "

E aí meu povo !
... é... não é mole não ...
Tem dias que realmente parecem noite !
... agente acorda, naquela base, já batendo na parede, gritando de susto com o toque do depertador, que na verdade parece mais uma cavalaria passando...
Depois pra variar tropeça no pé da cama, e já sai com o dedão inchado, e a unha rachada...
Aí na hora do café você percebe, logo depois daquele golão (pois pra variar você está perdendo a hora) que não adoçou ...
Indo pro trabalho você vê que a temperatura do carro está subindo, pois, devido à correria você não colocou àgua no reservatório ...
Chegando no trabalho você percebe que já deu o horário de entrada, portanto, todos estão te olhando como se você fosse um Camelo de vestido ...
Para variar, seu salto quebrou depois de tanta correria, e deve ter sido por isso aquele escorregão que você levou...
Na hora do almoço você se depara com aquela salsicha na àgua, com algumas cebolas boiando envolta dela, mas, como a segunda opção é o ovo cozido... acaba comendo a salsicha mesmo ...
(Cá entre nós, o que salva é a Trufa da tia !!!) ...
Bom, mas voltando ao trabalho, me lembro que tenho que entregar aquele relatório em alguns minutos, e então é aí que descubro que a impressora está sem tonner, maaasssss, quem disse que tem algum de reserva mesmo ????????? ainda bem que aquele caderninho que ganhei da empresa de brindes tem umas folhas bem bonitas ...

Até que afinal, é hora de ir embora ...



Sobre a amizade
Quem não cultiva a amizade, abre espaço para a solidão
Por Maria da Luz Miranda

O sentimento é nobre e já inspirou poetas, filósofos e escritores. Tida já pelos gregos antigos como a forma mais sublime do amor, a amizade passou a interessar, mais recentemente, também aos cientistas. Aumenta o coro dos que acreditam que trata-se de algo verdadeiramente especial e que um amigo pode fazer a diferença no mundo. Sem contar os benefícios para a saúde.
Quem não cultiva a amizade e a fraternidade cede a vez para o seu reverso, que é a solidão. E é preciso, antes de tudo, preparar o espaço e o espírito. "Não pode haver amizade onde há desconfiança, deslealdade, injustiça. Entre os maus, quando se reúnem, é um complô e não companhia. Eles não se entretém, entretemem-se. Não são amigos mas cúmplices", pregava Étienne de La Boàtie, no século XVI, em seu Discurso da Servidão Voluntária.

Sócrates, um dos mais expressivos filósofos gregos, declara no Lísis, de Platão, que em toda a sua vida, sempre teve um ardente desejo de amizade, mais que qualquer outra coisa no mundo. Talvez lá, já vislumbrasse o que os cientistas constatam agora. A tese de que ter bons amigos pode prolongar a vida.

Para avaliar os fatores sociais, físicos e psicológicos que afetam a longevidade, o Estudo Longitudinal do Envelhecimento na Austrália - ALSA, em inglês -, acompanhou, desde 1992, cerca de 1,5 mil pessoas com mais de 70 anos em Adelaide.

Trata-se de uma das mais longas pesquisas já realizadas. No decorrer dos anos, os participantes responderam a questões sobre o tempo que passavam com filhos, netos e parentes, o número de amigos e o tipo de atividade social que exerciam. No final, as estatísticas apontaram que os que dispunham de uma rede de amigos mais firme sobreviveram mais.

Como uma das principais características da amizade á que se trata de uma escolha voluntária, o que elimina a obrigatoriedade do encontro, fortalecer os laços é uma via para uma existência mais solidária. E a amizade, constatam as pesquisas, ajuda não apenas a viver mais, como a viver melhor. Quanto mais amigos, mais chances de chegarmos à velhice sem problemas físicos e com maior capacidade de adaptação e aceitação das dificuldades inerentes ao envelhecer. Do contráio, pessoas que não têm amigos, são mais vulneráveis a doenças.

Para o gerontólogo João Batista Alves de Oliveira, ter o bom amigo não significa, no entanto, esquecer de si mesmo. "É preciso buscar um significado para a própria vida e a partir daí, reconhecendo seus valores pessoais, buscar o que há em volta. Deve haver uma busca ativa. Aceitar a solidão ou esperar que os outros a resolvam é negar o valor de si mesmo", afirma.